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sexta-feira, junho 03, 2005

O "Não" à Constituição 

Abordaste um tema interessante e polémico: o "não" à constituição por parte dos franceses e dos holandeses. A verdade é que este assunto é muito complexo, e urge-me partilhar diversos pensamentos ("urge-me"?? what the fuck?!!).

Acima de tudo penso o mesmo que todos vocês: é um caso deveras bicudo. E digo isto com a maior das naturalidades, sem medo de represálias por parte daqueles que não vão gostar daquilo que eu estou a dizer. Já no passado disse o que tinha a dizer sobre outros assuntos, alguns deles tão ou mais delicados que este, e nunca me aconteceu nada, nem a mim nem à minha familia, por isso estou à vontade. Os outros é que deviam ficar caladinhos, porque quem tem telhados de pedra não atira vidros.

Para ser objectivo, devo realçar que o "não" à constituição tem diversas causas e diversas consequências, algumas mais importantes que outras, outras menos importantes que outras, e, imagine-se, outras no mesmo patamar de importância. Mas isso é apenas a ponta do icebergue, os outros 90% estão debaixo d'água. A realidade é que o mundo todo fica indiferente, e por causa disso temos que presenciar diariamente vicissitudes incompreensíveis do quotidiano. Vocês sabem muito bem a que é que eu me refiro, para meio entendedor boa palavra basta.

Tento compreender aqueles que dizem que não pode ser assim, que está tudo mal organizado e que o melhor é tentar fazer as coisas de maneira diferente. Os argumentos são bons, mas o problema vem muito detrás. Pensem bem na origem deste dilema, lembrem-se das principais questões subjacentes à herança sociológica do povo, e vejam se eu não tenho razão. Ponderem bem estas questões antes de tomar a vossa posição porque mais vale remenir do que prevediar.

Isso traz-me ao argumento final: o "não" é uma resposta negativa. Só havia duas hipoteses: "sim" ou "não". Afirmação ou negação. Não havia outro caminho, e a escolha foi pelo ultimo, que representa claramente uma recusa. Quanto a isso não há duvidas, e eu aceito perfeitamente que possa ter sido mesmo assim. Mas isto cheira tudo muito mal, porque a verdade é que a resposta podia ter sido outra e não foi, o que me deixa desconfiado. Aliás, qualquer pessoa minimamente atenta ao que se passa neste mundo ficará desconfiada, e com razão. Termino então com um alerta aos leitores deste blogue: não acreditem em tudo o que vos tentam vender, porque as iludências aparudem.

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